sábado, 7 de março de 2015

Santa Anástacia: alívio dos cativos

Anastácia nasceu em Roma e era filha de um pai pagão e de uma mãe que se converteu secretamente ao cristianismo. Na juventude, ganhou um mentor cristão piedoso e erudito chamado Crisógono.

Após a morte de sua mãe, seu pai lhe arranjou um casamento contra a sua vontade com o jovem Públio. Como se recusou a ter relações sexuais com seu esposo, visando preservar sua virgindade, ela sofreu muito nas mãos do marido.

Ela encontrava consolo ao visitar as prisões romanas para alimentar e cuidar daqueles que sofriam por ter fé em Cristo. Nessas visitas, Anastácia se disfarçava de mendiga e ia acompanhada apenas por um criado. Através de subornos, os guardas lhe permitiam acesso livre aos prisioneiros.

Quando seu criado contou a Públio o que ela fazia, ele a espancou e trancou a esposa em casa. Anastácia só mantinha contato com seu mentor através de cartas onde contava o seu sofrimento. Ele por sua vez lhe aconselhava a ser paciente e aceitar a vontade de Deus. Além disso, Crisógono tinha a visão de que o marido dela morreria no mar e isso não tardou a acontecer, pois tempos depois ele morreu afogado em um acidente de navio.

Após a morte do marido, ela passou a distribuir seus bens aos pobres e necessitados. Nesse mesmo tempo, a perseguição de Diocleciano, o imperador da época, tornou-se mais violenta.

Crisógono que não aceitou renunciar a sua fé, mesmo diante das ameaças do imperador, foi decapitado e teve o corpo jogado no mar.

Após a morte de seu mentor, Anástacia ia de cidade em cidade para cuidar de prisioneiros cristãos. Conhecedora de ervas medicinais da época, ela cuidava dos ferimentos e aliviava o sofrimento dos doentes. Por causa de seu talento médico, ela recebeu o título de “aquela que cura os venenos” e através de sua intercessão muitas pessoas foram curadas.

O imperador que a tempos havia descoberto a fé cristã de Anástacia mandou seus guardas, por meio de ameaças, persuadi-la para abrir mão de sua fé e oferecer seu sacrifício aos ídolos, porém ela negou.

Em Roma, um pagão chamado Ulpiano lhe ofereceu duas opções: uma vida de luxo e riquezas ou temíveis sofrimentos. Ele lhe apresentou ouro, pedras preciosas e roupas finas e também seus instrumentos de tortura. Sem pensar duas vezes, Anastácia recusou-se a abrir mão de Jesus Cristo e escolheu o martírio.

         Abismado pela escolha, ele lhe ofereceu três dias para reconsiderar, pois após esse período sua intenção era violentá-la caso ela cedesse. Passado os três dias, Ulpiano tentou tocá-la a força, mas quando chegou perto ficou cego. Após o acontecido, Anastácia foi libertada e novamente voltou a cuidar dos cristãos e doentes.

Passado um tempo, foi capturada novamente e condenada à morte. Ela ficou na prisão por cerca de 60 dias sem alimento. Vendo que ela não sofria no cárcere, o imperador ordenou que ela fosse afogada com outros prisioneiros.

Todos foram colocados em um barco que foi lançado no mar. Os soldados perfuraram o casco e partiram em outra embarcação. Então, um anjo apareceu para eles na proa e os guiou até uma praia. Ao atingir terra firme por um milagre os criminosos aceitaram Jesus Cristo e foram batizados por Santa Anastácia.

Posteriormente, todos foram recapturados e receberam a coroa do martírio. Santa Anastácia foi presa em um poste e queimada viva. Seu corpo, que não havia se carbonizado, foi recolhido por uma cristã chamada Apolinária, que a enterrou no jardim de sua casa.

No século V as relíquias de Anastácia foram levadas para Constantinopla, em uma igreja construída e dedicada à santa. Tempos depois, alguns dos seus ossos foram transferidos para um mosteiro na Grécia, onde estão até hoje. Sua festa é celebrada no dia 22 de dezembro.

“Santa Anástacia, rogai por nós!”

Foto: Internet

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