domingo, 2 de agosto de 2015

Beata Chiara Luce: um exemplo de que é possível ser santo sem deixar de ser jovem

Não há nada de extraordinário na vida de Chiara Badano. No entanto, esta jovem que gostava de esporte, ouvir música e estar com os amigos, Deus sempre esteve presente.

Maria Teresa e Ruggero Badano, pais de Chiara, casaram-se aos 26 anos, mas tiveram que esperar 11 para que tivessem um filho. A menina nasceu no dia 29 de outubro de 1971 em Sassello, cidade do interior da província de Savona, na Itália. "Mas percebemos logo que não era apenas nossa filha, era, antes de tudo, de Deus, e como tal a devíamos educar respeitando a sua liberdade", conta Maria Teresa, segundo o site da Canção Nova.

O início da caminhada de Chiara rumo ao seu Esposo Jesus, como gostava de chamá-Lo, começou em 1989 quando estava prestes a completar 18 anos. Ela enfrentou o diagnóstico de um osteosarcoma, tipo de câncer nos ossos, após sofrer uma forte dor nas costas durante uma partida de tênis. Um resultado difícil de aceitar, mas ela disse o seu sim a Deus, e desde então nunca voltou atrás. “Por ti, Jesus. Se tu queres eu também quero!”, dizia ela.

As terapias eram dolorosas, mas a oferta de suas dores era sempre certa. “No início tínhamos a impressão de ir ao encontro dela para sustentá-la – conta um amigo seu – mas logo percebemos que entrando no seu quarto sentíamo-nos projetados na aventura maravilhosa do amor de Deus. E não é que Chiara dissesse frases extraordinárias, ou escrevesse páginas e páginas de diário. Ela simplesmente amava”, segundo citou o site da Canção Nova.

Quanto mais a doença progredia, mais a experiência de Chiara tornava-se intensa. Ela até chegou a tirar a morfina, porque excluía a lucidez, e a dor era a única coisa que podia oferecer a Jesus.

Segundo o site da Canção Nova, a famosa história dos 25 minutos que aconteceu logo depois da primeira sessão de quimioterapia foi a seguinte: "Naquele dia, eu não podia acompanhá-la, porque estava com flebite e o médico tinha me proibido qualquer movimento. Depois de duas horas intermináveis, Ruggero e Chiara voltaram. Ela vinha na frente, caminhando lentamente, vestida com a sua jaqueta verde. Tinha o rosto sombrio e olhava para o chão. Perguntei como tinha sido e ela, sem me olhar, respondeu: 'Não diga nada agora', e se jogou na cama com os olhos fechados. Aquele silêncio era terrível, mas eu tinha que respeitá-lo. Eu olhava para ela e pela expressão de seu rosto via toda a luta que estava travando interiormente para dizer o seu sim a Jesus. Passaram 25 minutos. De repente ela se girou na minha direção, com o sorriso de sempre, dizendo: 'Agora você pode falar'. Naquele momento eu me perguntei quantas vezes ela iria ter que repetir o seu sim, no sofrimento. Mas Chiara precisou, como eu já disse, de 25 minutos, e desde então nunca mais voltou atrás", conta a mãe.

Chiara Luce ou Clara Luz, como era chamada pelos amigos, veio a falecer em 7 de outubro de 1990. Ela mesmo havia preparado tudo: as canções de seu funeral, as flores, o penteado e o vestido de noiva para a sua “festa de núpcias” com o Senhor.

"As suas últimas palavras – que não foram o seu último ato de amor, porque esse foi a doação das suas córneas a dois jovens – quando se despediu, foram: 'Tchau mamãe! Esteja feliz, porque eu estou feliz'".

O processo de beatificação

Foto: Internet

A iniciativa do processo de beatificação deve-se ao bispo de Acqui, Dom Lívio Maritano, que conheceu Chiara pessoalmente. “Pareceu-me que o seu testemunho foi significativo, sobretudo para os jovens. Precisamos de santidade nos dias de hoje. Temos que ajudar os jovens a encontrar uma orientação, um objetivo, a ultrapassar a insegurança e a solidão, os seus enigmas perante os insucessos, o sofrimento, a morte, e todas as preocupações. O testemunho de fé e de fortaleza desta jovem é surpreendente. Impressiona, leva muitas pessoas a mudar de vida, temos testemunhos quase
todos os dias”, disse o Bispo, segundo o site da Canção Nova.

O processo durou 11 anos. A fase diocesana, entre 11 de junho de 1999 e 21 de agosto de 2000, e no Vaticano, entre 23 de agosto de 2000 a 8 de Julho de 2008, quando a Serva de Deus, com o reconhecimento das “virtudes heroicas”, foi declarada Venerável.

Em 10 de dezembro de 2009, foi proclamado o decreto pontifício sobre o milagre por intercessão de Chiara Badano: a cura imprevista e inexplicável de um rapaz da cidade de Trieste, com uma gravíssima forma de meningite fulminante. Os médicos haviam dado-lhe apenas 48 horas de vida.

Os 25 mil jovens presentes na cerimônia de sua beatificação, dia 25 de setembro de 2010, demonstraram que, com a sua vida, Chiara Luce Badano testemunhou um modelo de santidade que todos podem viver.

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