Não há nada de
extraordinário na vida de Chiara Badano. No entanto, esta jovem que gostava de esporte,
ouvir música e estar com os amigos, Deus sempre esteve presente.
Maria Teresa e
Ruggero Badano, pais de Chiara, casaram-se aos 26 anos, mas tiveram que esperar
11 para que tivessem um filho. A menina nasceu no dia 29 de outubro de 1971 em
Sassello, cidade do interior da província de Savona, na Itália. "Mas
percebemos logo que não era apenas nossa filha, era, antes de tudo, de Deus, e
como tal a devíamos educar respeitando a sua liberdade", conta Maria
Teresa, segundo o site da Canção Nova.
O início da caminhada
de Chiara rumo ao seu Esposo Jesus, como gostava de chamá-Lo, começou em 1989 quando
estava prestes a completar 18 anos. Ela enfrentou o diagnóstico de um
osteosarcoma, tipo de câncer nos ossos, após sofrer uma forte dor nas costas
durante uma partida de tênis. Um resultado difícil de aceitar, mas ela disse o seu
sim a Deus, e desde então nunca voltou atrás. “Por ti, Jesus. Se tu queres eu
também quero!”, dizia ela.
As terapias eram dolorosas,
mas a oferta de suas dores era sempre certa. “No início tínhamos a impressão de
ir ao encontro dela para sustentá-la – conta um amigo seu – mas logo percebemos
que entrando no seu quarto sentíamo-nos projetados na aventura maravilhosa do
amor de Deus. E não é que Chiara dissesse frases extraordinárias, ou escrevesse
páginas e páginas de diário. Ela simplesmente amava”, segundo citou o site da
Canção Nova.
Quanto mais a doença
progredia, mais a experiência de Chiara tornava-se intensa. Ela até chegou a
tirar a morfina, porque excluía a lucidez, e a dor era a única coisa que podia
oferecer a Jesus.
Segundo o site da
Canção Nova, a famosa história dos 25 minutos que aconteceu logo depois da
primeira sessão de quimioterapia foi a seguinte: "Naquele dia, eu não
podia acompanhá-la, porque estava com flebite e o médico tinha me proibido
qualquer movimento. Depois de duas horas intermináveis, Ruggero e Chiara
voltaram. Ela vinha na frente, caminhando lentamente, vestida com a sua jaqueta
verde. Tinha o rosto sombrio e olhava para o chão. Perguntei como tinha sido e
ela, sem me olhar, respondeu: 'Não diga nada agora', e se jogou na cama com os
olhos fechados. Aquele silêncio era terrível, mas eu tinha que respeitá-lo. Eu
olhava para ela e pela expressão de seu rosto via toda a luta que estava
travando interiormente para dizer o seu sim a Jesus. Passaram 25 minutos. De
repente ela se girou na minha direção, com o sorriso de sempre, dizendo: 'Agora
você pode falar'. Naquele momento eu me perguntei quantas vezes ela iria ter
que repetir o seu sim, no sofrimento. Mas Chiara precisou, como eu já disse, de
25 minutos, e desde então nunca mais voltou atrás", conta a mãe.
Chiara Luce ou Clara
Luz, como era chamada pelos amigos, veio a falecer em 7 de outubro de 1990. Ela
mesmo havia preparado tudo: as canções de seu funeral, as flores, o penteado e
o vestido de noiva para a sua “festa de núpcias” com o Senhor.
"As suas últimas
palavras – que não foram o seu último ato de amor, porque esse foi a doação das
suas córneas a dois jovens – quando se despediu, foram: 'Tchau mamãe! Esteja
feliz, porque eu estou feliz'".
O
processo de beatificação
Foto: Internet |
A iniciativa do
processo de beatificação deve-se ao bispo de Acqui, Dom Lívio Maritano, que
conheceu Chiara pessoalmente. “Pareceu-me que o seu testemunho foi
significativo, sobretudo para os jovens. Precisamos de santidade nos dias de
hoje. Temos que ajudar os jovens a encontrar uma orientação, um objetivo, a
ultrapassar a insegurança e a solidão, os seus enigmas perante os insucessos, o
sofrimento, a morte, e todas as preocupações. O testemunho de fé e de fortaleza
desta jovem é surpreendente. Impressiona, leva muitas pessoas a mudar de vida,
temos testemunhos quase
todos os dias”, disse o Bispo, segundo o site da Canção Nova.
todos os dias”, disse o Bispo, segundo o site da Canção Nova.
O processo durou 11
anos. A fase diocesana, entre 11 de junho de 1999 e 21 de agosto de 2000, e no
Vaticano, entre 23 de agosto de 2000 a 8 de Julho de 2008, quando a Serva de
Deus, com o reconhecimento das “virtudes heroicas”, foi declarada Venerável.
Em 10 de dezembro de
2009, foi proclamado o decreto pontifício sobre o milagre por intercessão de
Chiara Badano: a cura imprevista e inexplicável de um rapaz da cidade de
Trieste, com uma gravíssima forma de meningite fulminante. Os médicos haviam
dado-lhe apenas 48 horas de vida.
Os 25 mil jovens
presentes na cerimônia de sua beatificação, dia 25 de setembro de 2010,
demonstraram que, com a sua vida, Chiara Luce Badano testemunhou um modelo de
santidade que todos podem viver.
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