sábado, 29 de agosto de 2015

São Cirilo: patrono da Europa

Nascido no ano de 826 na cidade de Tessalonica, atualmente Salonico, na Grécia, Constantino era o caçula dos sete filhos de Leão, um juís grego muito rico. Cirilo, nome que adotou após seguir vida religiosa, vivia uma vida cristã juntamente com seu irmão mais velho Miguel, que mais tarde passou a se chamar Metódio.
São Cirilo, rogai por nós! - Foto: Internet
Quando tinha 14 anos seu pai faleceu. Para que as crianças não ficassem órfãs, um amigo da família chamado Fócio, que era um professor, assumiu a educação de todos e foram morar na cidade de Constantinopla, capital do Império Bizantuno. Lá, o menino aprendeu línguas, literatura, geometria, dialética e filosofia.

Após rejeitar um casamento vantajoso, ingressou para a vida espiritual, fazendo votos particulares. Além disso, se tornou bibliotecário do ex-patriarca. Em seguida foi cartorário e recebeu o diaconato.

Alguns anos depois ele viu a necessidade de se afastar e acabou indo para um mosteiro em Bosforo. Seis meses depois foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como diplomata para a polêmica questão sobre o culto das imagens junto ao ex-patriarca João VII. Depois foi resolver outra questão delicada junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade e acabou obtendo sucesso em ambas.

            Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla, abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. No ano de 861, Cirilo foi se juntar a ele numa missão evangelizadora a pedido do imperador Miguel III, para atender o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos foram para a cidade de Querson aprender hebraico e samaritano.

            Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao mar. Conservaram as relíquias em uma urna, que depois da missão foi entregue em Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado "cirílico", hoje conhecido por "russo". Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários, que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas na língua eslava.

            Tudo isso gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois os ritos eram realizados apenas em grego ou latim. Com isso, iniciou-se o cisma da Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram então o apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os livros traduzidos abençoados. 

            Passado alguns anos, Cirilo ficou muito doente. Pressentido a sua morte, tomou o hábito definitivo de monge. 50 dias depois desse acontecido, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro do ano de 868. A celebração fúnebre foi rezada na língua eslava, pelo então papa Adriano II, sendo sepultado com grande solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos". O papa João Paulo II, em 1980, os proclamou junto com São Bento de "Patronos da Europa". Sua festa é celebrada no dia 14 de fevereiro.

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