"O Senhor
sente-se verdadeiramente em casa na minha vida? Permito-lhe fazer uma
"limpeza" no meu coração e expulsar os ídolos, ou seja, aquelas
atitudes de ganância, ciúme, mundanidade, inveja, ódio, aquelas atitudes de
bisbilhotice?".
Foto: Google |
Questão crucial que
Papa Bergoglio lançou deste diante dos numerosos fiéis reunidos na Praça de São
Pedro para o Angelus. Questão inspirada no Evangelho, onde Jesus – refere João-
“fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as
ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas”.
Cristo vem, portanto,
fazer uma "limpeza" no templo. Nesta passagem, explica o Papa, temos
"o primeiro anúncio da morte e ressurreição de Cristo: seu corpo,
destruído na cruz pela violência do pecado, se transformará na Ressurreição no
lugar de encontro universal entre Deus e os homens".
Mas "o
verdadeiro templo" mencionou o Messias é sua "humanidade", disse
o Pontífice, o lugar "onde Deus se revela, fala, se faz encontra".
Por isso, acrescenta, "os verdadeiros adoradores de Deus não são os
guardiões do templo material, os detentores do poder e do saber
religioso", mas aqueles que adoram a Deus “em espírito e em verdade".
E todos os cristãos,
neste tempo quaresmal de preparação para a Páscoa, são chamados a adorar a Deus
"em espírito e em verdade". "Caminhamos no mundo como Jesus e
fazemos de toda a nossa existência um sinal do seu amor pelos nossos irmãos,
especialmente os mais fracos e os mais pobres", exorta o Santo Padre.
Desta forma,
"construiremos um templo para Deus nas nossas vidas" e tornaremos
Cristo "acessível" para muitas pessoas que encontramos no nosso
caminho. "Se nós somos testemunhas de Cristo vivo, muitas pessoas
encontrarão Jesus em nós, em nosso testemunho", reafirma o Papa.
Antes de levá-lo aos
outros, é bom “organizar” um pouco por dentro. Ou seja, perguntar-se realmente
se permitimos que Jesus faça essa “limpeza” de todo o comportamento contra
Deus, contra os outros e contra nós mesmos. "Cada um, responda para si, em
silêncio, em seu coração", disse Francisco.
E insiste: "Eu
permito que Jesus faça um pouco de 'limpeza' no meu coração? Oh padre, eu tenho
medo de que me ‘batam’... “. Mas “Jesus nunca bate ... Jesus vai limpar com
ternura, com misericórdia, com amor. A misericórdia é a sua maneira de
limpar".
Agora, sem nenhum
medo – encoraja o Santo Padre - "deixemos que o Senhor entre com a sua
misericórdia - não com o chicote! Com a sua misericórdia para limpar os nossos
corações. O chicote de Jesus para conosco é a sua misericórdia. Vamos abrir a
porta para que Ele faça uma "limpeza".
"Jesus sabe o
que está em cada um de nós, e conhece bem o nosso maior desejo: ser habitados
por Ele". E cada “Eucaristia que celebramos com fé nos faz crescer como
templo vivo do Senhor, graças à comunhão com o seu Corpo, crucificado e
ressuscitado", disse o pontífice.
O convite é para
deixar Cristo entrar "em nossas vidas, em nossas famílias, em nossos
corações". Ao lado de Maria "morada privilegiada do Filho de
Deus": a Virgem – reza o Papa - "nos acompanhe e sustente no
itinerário quaresmal, para que possamos redescobrir a beleza do encontro com
Cristo, que nos liberta e nos salva".
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