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Vigiai e orai, para
que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é
fraca”. (Mt 26.41).
A tentação é a
instigação que induz o desejo de algo. Pode tratar-se de uma pessoa, uma coisa,
uma circunstância ou outro tipo de estímulo. A tentação está associada à
sedução e à provocação.
No âmbito religioso, a
tentação é a incitação a pecar. O Diabo pode provocar o ser humano levando-o a
fazer ou a deixar de fazer algo, aproveitando-se da fraqueza intrínseca do
homem para o afastar de Deus.
O ser humano vive uma
luta constante contra as tentações que o tentam enveredar pelo caminho mais
fácil, mas afastado dos mandatos divinos. Um exemplo bíblico está na tentação
que o Demônio coloca no caminho de Jesus e Judas: enquanto Jesus não acede a
desobedecer, Judas acaba por trair o seu mestre.
Quando se fala em
tentação deve ficar bem claro que só é tentado quem tem compromisso a não fazer
algo por alguma razão. No nosso caso, somos tentados a pecar e nos esforçamos
para não fazê-lo, pois sabemos que o pecado é rebelião contra o nosso Deus e
certamente seremos separados de sua comunhão se nos entregarmos a ele
deliberadamente (cf. Is. 59, 1-2).
A tentação pode ser
proveniente tanto de nós mesmos (cf. Tg. 1,13-15) como do Diabo (cf. Lc. 22,31)
e não sobrevém a nós acima do que possamos suportar (cf. 1Cor. 10,13), neste
versículo vemos também que Deus não nos pode tentar, porém Ele pode permitir
tal coisa, mas ao mesmo tempo nos dá as condições para não sucumbir, pois Ele
conhece nossa estrutura e lembra que somos pó (cf. Sl. 103,14).
Quem se propõe a orar
é constantemente tentado a adiar, atenuar, tornar rotina ou até mesmo suprimir
sua oração. O diabo costuma sussurrar ao ouvido de quem quer orar: “Não, agora
você tem muitas coisas para fazer, deixe isso para depois” (um depois que nunca
chega). Ou se, por exemplo, a pessoa se propôs a orar meia hora, sente-se
tentada a abandonar a oraçãodepois de dez minutos, achando que já orou
suficientemente, mais do que muitas outras pessoas.
Também surgem
tentações sob a forma de distrações, de recordação do que se deixou pendente, a
pessoa pode ser chamada, interrompida, o telefone pode tocar… Muitas coisas
podem interromper a oração.
Cuidado: são
tentações. Mas o que fazer nestes casos? Santo Inácio de Loyola aconselhava
fazer o contrário do que a tentaçãosugere. Por exemplo, se você decidiu orar
meia hora, mas, depois de 15 minutos, já se vê tentado a terminar, proponha-se
a orar não somente a meia hora, e sim 15 minutos a mais. Ao agir assim, você
conseguirá superar a tentaçãode recortar a oraçãoe o tentador provavelmente não
voltará a lhe apresentar este tipo de proposta.
Deve-se admitir que
essas tentações são poderosas. Mas há meios para resistir, além das orações que
já conhecemos, podemos ainda seguir estes passos:
·
Primeiro identifique a tentação mais difícil de resistir.
·
Pergunte-se: ‘Quando é mais provável que essa tentação ocorra?
·
Na escola? Quando estou sozinho(a)? No trabalho? Outras ocasiões?
Agora que você
identificou a tentação e determinou quando é mais provável que ela ocorra, você
está pronto para agir. Sua prioridade é descobrir como diminuir ou eliminar a
possibilidade de se deparar com essa tentação. Quando Jesus estava “sendo tentado
por Satanás”, ele rejeitou a tentação imediatamente. (cf. Mc. 1,13). Por quê?
Porque Ele já sabia qual era sua posição quanto aos assuntos levantados ali.
Jesus já havia decidido obedecer a seu Pai em todas as ocasiões. (cf. Jo.
8,28-29).
Lembre-se de que, ao
ceder a uma tentação, você se torna escravo dos seus próprios desejos. (cf. Tt.
3,3). Por que permitir que eles o controlem? Seja maduro e controle seus
desejos, em vez de permitir que eles controlem você. (cf. Cl. 3,5).E sempre ore
para que não continue a fazer isso. (cf. Mt. 6,13).
Fonte: RCC Brasil