Olá irmãos e irmãs, a paz
de Jesus!
Todos nós sabemos o
quanto é difícil corrigir um irmão quando ele não fez algo bom, porém, é nosso
dever como cristão ensiná-lo e guiá-lo a seguir no caminho de Deus e parar de
pecar.
O Papa Francisco escreveu
uma carta sobre esse assunto para nos ajudar a lidar com essas situações.
Queridos irmãos e irmãs, bom
dia!
O Evangelho extraído do
capítulo 18 de Mateus, apresenta o tema da correção fraterna na comunidade dos
fiéis, isto é, como eu tenho que corrigir outro cristão quando ele não faz uma
coisa boa. Jesus nos ensina que, se o meu irmão cristão comete um pecado contra
mim, me ofende, eu devo ter caridade para com ele e, em primeiro lugar, falar
com ele pessoalmente, explicando-lhe que o que ele disse ou fez não é bom. E se
o seu irmão não me ouvir? Jesus sugere uma intervenção progressiva: primeiro,
voltar a falar-lhe com duas ou três outras pessoas, para ter mais consciência do
erro que ele cometeu; se, apesar disso, não aceita a exortação, deve-se
apresentar à comunidade; e se não ouvir sequer a comunidade, é preciso fazê-lo
sentir a fratura e o distanciamento que ele mesmo provocou, destruindo a
comunhão com os irmãos na fé.
As etapas deste percurso
mostram o esforço que o Senhor pede à sua comunidade para acompanhar aqueles
que erram, a fim de que não se perca. É necessário, antes de qualquer coisa,
evitar o clamor da crônica e a murmuração da comunidade - essa é a primeira coisa,
evite isso -. “Vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo!” (V.15). A
atitude é de delicadeza, prudência, humildade, atenção para com quem
pecou, de maneira a evitar que as palavras possam ferir e matar seu irmão.
Porque, vocês sabem, até mesmo as palavras matam! Quando falo mal, faço uma
crítica injusta, quando eu "descarno" um irmão com a minha língua,
isso é matar a reputação do outro! Mesmo as palavras matam. Prestemos atenção
nisso. Ao mesmo tempo, esta discrição de falar com ele sozinho tem a finalidade
de não mortificar inutilmente o pecador. Se há uma conversa entre os dois,
ninguém percebe isso e está tudo acabado. É à luz desta necessidade,
compreende-se a serie sucessiva de intervenções, que inclui a participação de
algumas testemunhas e até mesmo da comunidade. O objetivo é ajudar a pessoa a
perceber o que ela fez, e que com a sua culpa ofendeu não apenas um, mas todos.
Mas também para nos ajudar a nos libertar da ira e do ressentimento que só
fazem mal: a amargura do coração que traz ira e ressentimento, e que nos leva a
insultar e agredir. É muito feio ver sair da boca de um cristão um insulto ou
uma agressão. É feio. Sabe? Nada de insultos! Insultar não é cristão.
Entenderam? Insultar não é cristão.
Na verdade, diante de Deus
todos nós somos pecadores e necessitados de perdão. Todos. Jesus, de fato, nos
disse para não julgar. A correção fraterna é um aspecto do amor e da comunhão
que deve reinar na comunidade cristã, é um serviço recíproco que podemos e
devemos fazer uns aos outros. Corrigir o irmão é um serviço, e é possível e
eficaz se cada um se reconhece pecador e necessitado do perdão do Senhor. A
mesma consciência que me faz reconhecer o erro do outro, antes, me lembra que
eu mesmo errei tantas vezes.
Por esta razão, no início da
Missa, sempre somos convidados a reconhecer diante do Senhor que somos
pecadores, expressando com palavras e gestos o arrependimento sincero do
coração. E dizemos: “Senhor, tende piedade de mim, Senhor. Eu sou um pecador!
Confesso, Deus Onipotente, meus pecados”. E nós não dizemos: “Senhor, tende
piedade dessa pessoa que está ao meu lado, ou daqueles, que são pecadores”.
Não! Tende misericórdia de mim. Todos somos pecadores e necessitados do perdão
do Senhor. É o Espírito Santo que fala ao nosso espírito e nos faz reconhecer
nossas culpas à luz da Palavra de Jesus. E é o mesmo Jesus que convida a todos,
santos e pecadores, à sua mesa, nos tirando das encruzilhadas das estradas, das
diversas situações vida (cf. Mt 22,9-10). E entre as condições que são comuns
dos que participam da celebração eucarística, duas são fundamentais: todos
somos pecadores e a todos Deus doa a sua misericórdia. São duas condições que
abrem as portas para ir bem à Missa. Devemos nos lembrar sempre disso antes de
corrigirmos fraternalmente o nosso irmão.
Peçamos por intercessão da
Bem-Aventurada Virgem Maria, que amanhã celebraremos a festa litúrgica da sua
Natividade.
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